Digitalização, LGPD e compliance: como preparar seu software de saúde para crescer com segurança
No mercado da saúde, a digitalização é um caminho sem volta, trazendo agilidade e inovação para o setor. No entanto, essa transformação digital é acompanhada por desafios, especialmente no que diz respeito à segurança e privacidade dos dados sensíveis dos pacientes.
Você já se perguntou como seu software de saúde pode crescer de forma sustentável e segura, em conformidade com as exigências legais e éticas? É nesse ponto que a LGPD na saúde e as práticas de compliance se tornam indispensáveis.
Este artigo foi criado para ser seu guia completo. Nosso objetivo é explorar a fundo a relação entre a tecnologia, a LGPD e o compliance, mostrando como as normativas evoluíram com o avanço tecnológico e, mais importante, como preparar e adaptar seu software de saúde para esse novo patamar.
Prepare-se para entender as estratégias essenciais para garantir que sua solução não apenas cresça, mas o faça com a segurança e sustentabilidade necessários para entregar um produto alinhado às necessidades do seu cliente.
Regras da LGPD para a área da saúde
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) transformou a forma como as empresas lidam com dados pessoais, entretanto, ela não foi a primeira lei sancionada com relação à proteção de dados na área da saúde.
A Lei nº 13.787, de 2018, já trazia regulamentações específicas para a área, devido à natureza sensível das informações dos pacientes. A LGPD chegou como uma normativa complementar, reforçando ainda mais a necessidade de uma digitalização segura.
A LGPD exige que todo o tratamento de dados — desde a coleta e o armazenamento até o compartilhamento e o descarte — seja realizado com transparência, segurança e com o consentimento explícito do titular, salvo exceções legais muito específicas.
Para os softwares de saúde, isso significa que não basta apenas coletar dados; é preciso garantir que eles sejam armazenados em ambientes seguros, criptografados, com controle de acesso rigoroso e que o paciente tenha total autonomia sobre suas informações, incluindo o direito de acesso, correção e eliminação.
A adaptação a essa nova realidade não é uma opção, mas uma exigência legal que demanda uma revisão completa das práticas online na área da saúde. Isso implica em:
- Implementar políticas de privacidade claras;
- Realizar auditorias de segurança constantes;
- Investir em tecnologias que garantam a proteção de dados sensíveis (como prontuários eletrônicos e resultados de exames; e,
- Assegurar que todos os fornecedores e parceiros também estejam em conformidade.
O descumprimento da LGPD pode acarretar em multas elevadas e danos reputacionais. Portanto, preparar seu software de saúde para atender a essas normativas é fundamental para construir a confiança dos seus clientes, garantir a continuidade dos serviços e permitir um crescimento seguro e sustentável no dinâmico cenário da tecnologia para a saúde.
Evoluções tecnológicas na gestão
A telemedicina, que ganhou uma força nos últimos anos, é apenas um vislumbre de um ecossistema de saúde onde a informação flui em tempo real.
Com a proliferação de dispositivos vestíveis (wearables), inteligência artificial aplicada ao diagnóstico e à gestão, e a crescente demanda por um atendimento mais personalizado e proativo, a quantidade de dados de saúde gerados e compartilhados crescerá exponencialmente.
Esse cenário, embora promissor para a eficiência e a qualidade do serviço, também intensifica a necessidade de estratégias para a gestão e proteção dessas informações.
Para se preparar para essa realidade em constante transformação, é necessário que os softwares de saúde e as healthtechs invistam proativamente em tecnologia e se adaptem a um modelo de governança de dados que priorize a segurança e a conformidade.
Isso significa ir além do básico, adotando soluções que garantam a criptografia de ponta a ponta, a autenticação multifator para acesso, sistemas de auditoria detalhados e, criticamente, plataformas que facilitem o cumprimento de leis como a LGPD desde a concepção (privacy by design).
A capacidade de seu software de gerenciar, proteger e interoperar com outros sistemas será um diferencial competitivo e um pilar para a confiança dos usuários.
Preparar seu software significa capacitá-lo para operar em um ambiente onde os dados são o novo ouro, mas onde sua proteção é a maior responsabilidade. Adotando as melhores práticas em cibersegurança e compliance, sua solução estará apta a navegar pelos desafios do futuro, contribuindo para um ecossistema de saúde mais seguro, eficiente e inovador.
Compliance na área da saúde
O compliance na área da saúde é conjunto de práticas, políticas e procedimentos que garantem que empresas e profissionais do setor atuem em estrita conformidade com as leis, regulamentações, padrões éticos e melhores práticas da indústria.
Em um segmento tão regulado e sensível, o compliance engloba a gestão de riscos, a prevenção de fraudes, a transparência nas operações e, fundamentalmente, a proteção dos direitos e da privacidade do paciente.
Isso inclui desde a adesão a normas sanitárias e de vigilância, até a governança de dados e a ética na conduta profissional, criando uma cultura organizacional que valoriza a integridade e a responsabilidade.
A relação do compliance com a digitalização e a LGPD na saúde, temas centrais deste artigo, é intrínseca e indissociável. Com a crescente digitalização dos prontuários, consultas por telemedicina e o uso de sistemas de gestão de saúde, a superfície de ataque para vazamentos e acessos indevidos de dados sensíveis aumentou exponencialmente.
A LGPD, ao estabelecer diretrizes claras sobre o tratamento de dados pessoais e sensíveis, tornou-se uma referência na implementação do compliance em saúde.
Preparar seu software de saúde para crescer com segurança significa, portanto, incorporar o compliance em todas as etapas do desenvolvimento e da operação.
Isso envolve desde a implementação de recursos de segurança por design (privacy by design) até a garantia de que as operações digitais estejam alinhadas não só com a LGPD, mas com todo o arcabouço regulatório que rege o setor, protegendo o paciente, a reputação da instituição e a sustentabilidade do negócio.
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