
Nos próximos anos, a forma como provamos quem somos — e validamos nossas ações no ambiente digital — deve mudar radicalmente. O conceito de identidade digital soberana (ou self-sovereign identity) promete devolver às pessoas o controle total sobre seus dados, credenciais e assinaturas, inaugurando uma nova era de autonomia e segurança digital.
A identidade digital soberana é um modelo em que o usuário é o verdadeiro dono das suas informações. Em vez de depender de um órgão emissor central (como um cartório, governo ou autoridade certificadora) para comprovar sua identidade, cada pessoa passa a gerenciar suas credenciais digitais de forma descentralizada, segura e verificável.
Na prática, isso significa ter um “cofre pessoal” de identidades e credenciais, como RG, diploma, CNH, carteira profissional ou certificado de vacinação, totalmente sob seu controle, armazenado em um ambiente seguro e interoperável.

O funcionamento da identidade soberana está diretamente ligado a tecnologias como blockchain e credenciais descentralizadas (DID e Verifiable Credentials). Enquanto o blockchain garante integridade e imutabilidade das informações, as credenciais descentralizadas permitem comprovar a autenticidade de um dado sem precisar revelar todo o conteúdo.
Por exemplo: em vez de enviar uma cópia completa do diploma, bastaria compartilhar uma prova criptográfica de que ele é válido, tudo com verificação automática, sem intermediários.
Atualmente, o ecossistema digital brasileiro é sustentado por infraestruturas centralizadas, como a ICP-Brasil e os modelos de assinaturas digitais baseados em certificados e PKI. Essas estruturas são altamente seguras e regulamentadas, mas também dependem de emissores e autoridades que intermedeiam a validação da identidade.
A identidade soberana propõe um passo além: manter o mesmo nível de confiabilidade, mas com autonomia do usuário e interoperabilidade global. O futuro não substitui o que já existe, ele amplia as possibilidades, conectando os modelos tradicionais a novas formas de autenticação e gestão de credenciais.
Na área da saúde, a identidade digital soberana pode garantir que cada paciente tenha posse e controle sobre seu prontuário eletrônico, compartilhando apenas o necessário com hospitais, laboratórios ou convênios, sem exposição indevida de dados sensíveis.
Em educação, diplomas e históricos acadêmicos poderão ser emitidos como credenciais verificáveis, eliminando fraudes, agilizando validações e permitindo que instituições em diferentes países reconheçam documentos sem burocracia.
O grande desafio para a adoção desse modelo está em criar um ecossistema de confiança que una governo, empresas e cidadãos. Será necessário evoluir marcos regulatórios, padrões técnicos e infraestruturas interoperáveis, garantindo que as novas credenciais tenham o mesmo valor jurídico das assinaturas e certificados atuais. Iniciativas como o DREX (real digital) e o Gov.br já pavimentam parte desse caminho, mostrando que o Brasil está preparado para avançar rumo à descentralização da identidade.
Como empresa pioneira em confiança digital, a Bry acompanha de perto essa transição.
Nossas soluções — como o Bry Signer e o Portal Bry Signer — já oferecem o que há de mais moderno em autenticação, carimbo do tempo e gestão de identidades com validade jurídica, permitindo que empresas de todos os setores assinem, validem e controlem documentos de forma simples e segura.
E o próximo passo é justamente adaptar essas soluções para um ecossistema mais aberto, interoperável e descentralizado, mantendo a mesma essência: confiança, validade jurídica e autonomia para o usuário.









